François Truffaut
Nascimento:
6 de Fevereiro de 1932
Falecimento:
21 de Outubro de 1984
Local de Nascimento:
Paris
Pais: França
Biografia
Foi um cineasta francês. Um dos fundadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX, em quase 25 anos de carreira como diretor Truffaut dirigiu 26 filmes, conseguindo conciliar um grande sucesso de público e de crítica na maior parte deles. Os temas principais de sua obra foram as mulheres, a paixão e a infância. Além da direção cinematográfica, ele foi também roteirista, produtor e ator.
Junto com Jean-Luc Godard, Truffaut foi uma das mais influentes figuras do novo cinema francês e inspirou cineastas como Steven Spielberg, Quentin Tarantino, Brian De Palma e Martin Scorsese.
A Nouvelle Vague
Como crítico, François Truffaut desenvolveu sua famosa "Politique des auteurs" (teoria autoral, em português). Neste conceito, o filme é considerado uma produção individual, como uma canção ou um livro. Truffaut defendia que a responsabilidade sobre um filme dependia quase que exclusivamente de uma única pessoa, em geral o diretor. Para ele, o grande representante de sua teoria era o diretor inglês Alfred Hitchcock.
A "Politique des auteurs" foi a base para o surgimento de um movimento que revolucionaria o cinema francês. Criada por jovens cineastas franceses, a Nouvelle Vague defendia tanto a produção autoral como também uma produção intimista e a baixo custo. Esta nova geração era formada principalmente por jovens críticos das publicações especializadas. E a dúvida que pairava era: será que um crítico é capaz de fazer um filme? François Truffaut foi um dos primeiros a tentar provar que era possível. Ele realizou três curtas-metragem. Ainda naquele ano, Truffaut publicou o conto "Antoine et l'Orpheline" na "La Parisienne" - onde também era colaborador - e fez sua primeira entrevista com Alfred Hitchcock, em Paris, para a "Cahiers".
Em 1956, Truffaut foi assistente de produção de Rossellini e, no ano seguinte, fundou sua própria companhia de cinema, a Les films du Carrosse. Em 1957, casou-se com Madeleine Morgenstern, filha do rico distribuidor Ignace Morgenstern (COCINOR). O casamento com Madaleine garantiu plena independência artística-financeira para os trabalhos de François Truffaut. Com ela, o cineasta teve duas filhas: Laura (1959) e Eva (1961). Durante a produção de "Os Incompreendidos", Truffaut viu, em 11 de novembro, o "pai" Andre Bazin falecer, vitimado pela leucemia.
Carreira consolidada
Com as gravações de "Jules et Jim", o cineasta teve um caso de amor com a atriz francesa Jeanne Moreau, casada na época com o costureiro Pierre Cardin. O casamento de Truffaut já havia sofrido um sério abalo, quando ele teve um curto relacionamento com uma atriz de 17 anos, Maria-France Pisier, protagonista de "Antoine et Colette". Em 1964, Truffaut decidiu romper seu casamento com Madeleine Morgenstern, e manteve o romance com Moreau, recém-separada de Cardin.
O prestígio de Truffaut o levou a ser cogitado para dirigir Bonnie & Clyde (1967). Um ano depois, François Truffaut fez parte, como tesoureiro, da comitê de defesa da "Cinémathèque Française", que tinha como presidente de honra Jean Renoir. O diretor militou ativamente pela instituição, inclusive chegou a panfletar ao lado do filósofo Jean-Paul Sartre. Com Beijos Proibidos, Truffaut se apaixonou por Claude Jade e os dois chegaram a ficar noivos, mas romperam logo. No fim dos anos 1960, o diretor e Godard rompem uma longa amizade, iniciada na redação da "Cahiers du Cinéma". A ruptura seria para sempre, embora Godard tentasse uma reconciliação nos anos 1980.
Em 1973, depois do sucesso com A Noite Americana, com o qual ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, François Truffaut recusou proposta da Warner Brothers para refilmar Casablanca. Quatro anos depois, o cineasta atuou em Contatos Imediatos do Terceiro Grau, do diretor norte-americano Steven Spielberg. Em outubro de 1979, François Truffaut aceitou o cargo de presidente da "Federação International dos Cine-clubes".
Truffaut apoiou a eleição do socialista François Mitterrand para a presidência francesa. No poder, Mitterrand quis condecorá-lo com a "Legião de Honra". Em 1983, nasceu a terceira filha do cineasta, Joséphine Truffaut, com a companheira Fanny Ardant. Na época, Truffaut queixava-se de intensas dores de cabeça. Descobriu mais tarde que estava com câncer no cérebro. Pensava em fazer sua autobiografia, com o amigo Claude de Givray, mas os problemas de saúde o impediram de finalizá-la. Em 21 de outubro de 1984, François Truffaut faleceu, no Hospital Americano de Neuilly-sur-Seine, vítima de um tumor cerebral. Encontra-se sepultado no Cimetiere de Montmartre, Ilha de França, Paris na França.
Fotos
Melhores Filmes
Filmografia
1983 - De Repente, Num Domingo / 1981 - A Mulher do Lado / 1980 - O Último Metrô / 1978 - O Amor em Fuga / 1978 - O Quarto Verde / 1977 - O Homem que Amava as Mulheres / 1976 - Idade da Inocência / 1975 - A História de Adèle H. / 1973 - A Noite Americana / 1972 - Uma Jovem Tão Bela Como Eu / 1971 - As Duas Inglesas e o Amor / 1970 - Domicílio Conjugal / 1969 - A Sereia do Mississipi / 1969 - O Garoto Selvagem / 1968 - A Noiva Estava de Preto / 1968 - Beijos Proibidos / 1966 - Fahrenheit 451 / 1964 - Um Só Pecado / 1962 - Antoine e Colette (Média-metragem) / 1962 - O Amor aos 20 Anos / 1961 - Jules e Jim - Uma Mulher Para Dois / 1960 - Atirem no Pianista / 1959 - Os Incompreendidos
Prêmios e Indicações
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Recebeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Director, por "La nuit américaine" (1973). Recebeu ainda outras duas nomeações, na categoria de Melhor Argumento Original, por "Les 400 coups" (1959) e "La nuit américaine" (1973).
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Ganhou o prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes, por "Les 400 coups" (1959).
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Ganhou o César de Melhor Realizador e Melhor Argumento, por "Le dernier métro" (1980). Foi ainda nomeado na categoria de Melhor Realizador em 1983, por "Vivement Dimanche!"
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Ganhou o Prémio OCIC, no Festival de Berlim, por "L'Argent de Poche" (1976).